"Valorizar os ganhos e aprender com as perdas, no sentido de
reconstruirmos o nosso caminho, mesmo que às duras penas, eternizará em
nossas lembranças tudo aquilo que deverá ser o alicerce de nossos
pensamentos e ações enquanto estivermos dispostos a encontrar a
felicidade."
Viver implica inevitáveis perdas e ganhos, tendo ambos uma
importância extrema ao nosso amadurecimento pessoal. No entanto, é muito
difícil aprendermos a lidar com os aspectos negativos e que incomodam o
nosso caminho, pois eles parecem se fixar em nossas memórias de forma
indelével, perseguindo-nos enquanto vivermos. E, enquanto não
conseguirmos digerir os obstáculos com lucidez e maturidade, não
estaremos preparados para sorver todo o prazer inerente aos aspectos
positivos que nos circundam diariamente.
Teimamos em nos prender ao que se foi, ao que já não tem mais razão
de ser, ao que poderia ter sido e, enquanto isso, a vida passa lá fora,
com todas as novas oportunidades que sempre traz consigo, muitas delas
nos estendendo as mãos inutilmente. Sem que nos desapeguemos daquilo que
já cheira a mofo, é impossível que abracemos o novinho em folha. Caso
fiquemos lamentando aquilo que não deu certo, não teremos forças para
fazer algo dar certo. Lágrimas excessivas acabam cegando nossos
sentidos, enganando nossa percepção de mundo, retirando todo o colorido
da vida de nosso olhar.
Existem tragédias cujas consequências são por demais dolorosas e
inevitavelmente nos marcarão tão fundo, que jamais seremos os mesmos
após o ocorrido, como, por exemplo, a perda de um filho, um acidente que
nos limita fisicamente, um fenômeno natural que destrói tudo o que
lutamos para obter. São os divisores de água que demarcam o antes e o
depois em nossas vidas, são os alarmes necessários a que acordemos
frente à finitude da vida, à pequenez de cada um de nós diante da força
do universo, à insensatez do acúmulo de bens em desfavor do sentir e do
compartilhar.
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