quinta-feira, 14 de agosto de 2014


Esquecemos que somos livres. Preferimos culpar a água gelada, o vento que chega sem avisar, a sombra que surge do nada. Esquecemos que dentro de nós tem sempre um sol que aquece, uma água morna convidando pra um mergulho, uma noite iluminad...a.

Optamos em ser apenas observadores, sentados em cangas esperando pela vida que acontece de verdade fora de nós.

Enquanto isso, sempre haverão meninos de pele morena rindo ao sabor do mar, nos mostrando que perdemos tempo com previsões, limites, juízos e regras inúteis enquanto a vida escapava gentilmente como areia descendo pelos dedos.

Porém, liberdade não é para amadores, para quem não se conhece. Ao contrário, é coisa de gente séria, que se arrisca com responsabilidade e tem coragem de avançar e também recuar, de quem percebe a agitação do mar e não vacila com a própria vida.

Pois ser livre não tem a ver com se atirar descontroladamente e sim se conhecer, aprofundar no mistério que habita e entender de si mesmo sem julgar, sempre procurando respostas, encontros, disposições.

É preciso duvidar para depois acreditar. Entender o que se deseja para então desejar. Conhecer o que te completa, te limita, te faz feliz para assim descobrir o caminho. Não seguir o padrão mas entender seu jeito único de ser. Não invejar os que se agitam no mar quando lá no fundo você não suporta areia e sal.

Descobrir que se é livre para ser você mesmo ainda que esteja num relacionamento de anos e não saiba mais quem é de fato. Entender-se único, capaz, merecedor.

Acreditar que sempre é possível recomeçar, e que podemos ter boas surpresas em qualquer estágio da jornada.
Fabíola Simões,

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