Orgulhoso, entrou em casa e chamou a esposa para ver a sua aquisição. A partir de agora, seria seu próprio patrão.
Ao
chegar próximo do caminhão, uma cena o deixou descontrolado. Seu filho
de apenas seis anos estava martelando alegremente a lataria do
caminhão.
Irritado
e aos berros, ele investiu contra o pequeno filho. Tomou o martelo das
mãos dele e, totalmente fora de controle, martelou as mãozinhas do
garoto.
Sem entender o que estava acontecendo, o menino se pôs a chorar de dor, enquanto a mãe interferiu e retirou o pequeno da cena.
Na seqüência, ela trouxe o marido de volta à realidade e juntos levaram o filho ao hospital, para fazer curativos.
O
que imaginavam, no entanto, fosse simples, descobriram ser muito
grave. As marteladas nas frágeis mãozinhas tinham feito tal estrago que
o garoto foi encaminhado para cirurgia imediata.
Passadas
várias horas, o cirurgião veio ao encontro dos pais e lhes informou
que as dilacerações tinham sido de grande extensão e os dedinhos
tiveram que ser amputados.
De
resto, falou o médico, a criança era forte e tinha resistido bem ao
ato cirúrgico. Os pais poderiam aguardá-lo no quarto, para onde logo
mais seria conduzido.
Com
um aperto no coração, os pais esperaram que a criança despertasse.
Quando, finalmente, abriu os olhos e viu o pai o menino abriu um
sorriso e falou:
- Papai, me desculpe, eu só queria consertar o seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo.
O
pai, com lágrimas a escorrer pela face, em desconsolo, se aproximou
mais e lhe disse que não tinha importância o que ele havia feito. Mesmo
porque, a lataria do caminhão nem tinha sido estragada.
O menino insistiu:
- Quer dizer que não está mais bravo comigo?
- Não, mesmo, falou o pai.
- Então, perguntou o garoto, se estou perdoado, quando é que meus dedinhos vão nascer novamente?
"O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade."
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