Tem dias que me sinto caminhando contra um forte vento. Como se todas as minhas desilusões, tristezas, desenganos me pesassem na alma, dificultando os movimentos.
E a dor moral é tamanha, que faz desmoronar meu refúgio. Como se nenhum lugar fosse abrigo para minhas dores, como se meu coração não pudesse descansar em lugar algum.
E a incompreensão é como surra nos meus sentimentos. Como se não houvesse ninguém no mundo capaz de me ouvir sem me julgar, sem me dizer que…
Eu tenho que ser inabalável.
São nesses dias que perguntas e mais perguntas povoam a minha mente, que as promessas de um futuro bom parecem não ter sentindo ou que todos os meus desejos são inalcançáveis.
Dias assim desafiam a minha existência, minha força, minha vontade de viver e vencer. Desafiam minha estrutura emocional, colocam à prova tudo que julgo ter aprendido, todos os conselhos que dou, tudo que me construiu até aqui.
Não vejo nada de encantador quando caminho sob forte tempestade. Não sinto nenhum alivio ou transformação quando estou sob impacto de granizos arrasadores, quando a enxurrada me arrasta e me provoca…
Tantas dores.
Mas se consigo perseverar, se apesar de todos os obstáculos, de todas as imposições da subida eu não me abandono, se consigo buscar em mim uma conexão, mínima que seja com o bem, eu me aproximo Daquelas forças superiores e invisíveis, eu me aproximo da fé que me sustenta e canto.
Cantar é o meu jeito de prece
mais bonito.
É o jeito de me ninar, de me encorajar, de me elevar, de me abençoar e dizer a Deus que estou doendo tanto que parece que não haverá fim, de pedir ajuda para que nenhuma dor me afaste de mim, Dele, da minha vontade de vencer e vencer no bem.
E quando consigo fazer esta conexão, entendo e aceito todas as supostas conspirações contra mim como um meio de me fazer crescer, como um jeito difícil mas necessário de me fortalecer e por a prova o que suponho ser e quem quero me tornar.
E não há sensação mais gratificante do que a de chegar lá em cima e ver que nenhum esforço foi em vão.
Renata D´Carpe
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