sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Prática do Perdão

Quando nos dispomos a fazer uma profunda revisão de nossas histórias, podemos começar a reaprender a amar incluindo o exercício do perdão consigo próprio e com quem ferimos pelo caminho. As vezes, este exercício não é possível pessoalmente, mas ao praticarmos o perdão em nossos corações e orações, nossas lágrimas podem regar a flor do nosso renascimento.

"Nos sentimos aliviados e atraídos quando ...
somos compreendidos, amados, perdoados e incluídos. Onde a autossuficiência e a arrogância imperam, o amor não consegue ser cultivado. E, por outro lado, onde impera a humildade e se faz uma revisão sem medo e sem preconceito da historia da vida, o amor floresce como num jardim. O orgulho e o amor nunca florescem no mesmo terreno."¹

A prática do perdão é fruto da capacidade de amar.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lápis do vovô

O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:

- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?O avô sorriu, e disse ao netinho:
- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.
O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:
- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?
- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las,
será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.
- Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.
-Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.
- Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.
- Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.
- Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pensamentos secretos

Será que alguém conhece alguém de verdade? Nunca aconteceu de morrer uma pessoa de sua família e começarem a rolar - à boca pequeníssima - umas histórias que você jamais imaginou, nem em sonhos? Amores secretos, traições, heranças mal resolvidas - e sexo, claro. Aliás, nem é preciso esperar que a pessoa morra. Se tiver uma tia bem indiscreta, daquelas consideradas loucas pela família - e quem não tem uma tia assim? -, vai saber de histórias que nunca imaginou que existissem, a não ser na cabeça de Nelson Rodrigues. Quais são as pessoas mais próximas a você? Teoricamente, seus pais e seus filhos. E você acha que sabe como eles são, as coisas que já fizeram ou que são capazes de fazer? Se respondeu sim, sem hesitar, cuidado: está passando o maior recibo de ingênua, e tudo indica que pode ser enrolada a qualquer momento, por qualquer um. Aquela senhora tão distinta e aquele senhor tão considerado: não dá para acreditar que tenham experimentado os desejos mais violentos por outros/outras que não o próprio cônjuge. E mais: já imaginou que eles, mesmo com a cabeça branca e tão sensatos, já fizeram loucuras e transaram com tanta paixão quanto todas as pessoas do mundo?

Você, por exemplo? Pense um pouco: será que seus pais têm uma vaga idéia do que já foi capaz de aprontar? E acha que eles são diferentes? Por quê? No mínimo, por uma questão de DNA, vocês têm alguma coisa em comum. Mas é difícil para um pai admitir a sexualidade dos filhos; tanto quanto para um filho admitir a sexualidade dos pais. No fundo, todos gostaríamos que eles - nossos pais e nossos filhos - apreciassem música clássica e se unissem a pessoas de sentimentos nobres, com quem tivessem filhos bonitos e inteligentes, de preferência como a Virgem Maria: sem sexo. É claro que somos modernos e esclarecidos, vivemos a época da pílula e da liberação sexual, tivemos a sorte de ser da geração pré-aids - e aliás aproveitamos -, mas em relação a nossos pais continuamos tão caretas quanto se vivêssemos no século retrasado. E em relação a nossos filhos também.

Bem, agora que ficou claro que não conhecemos nem nossos pais nem nossos filhos, responda: e você, se conhece perfeitamente? Quando deita a cabeça no travesseiro tem a coragem de pensar - só pensar - em seus desejos mais secretos? Ou se enrola e toma um Lexotan para evitar esse tipo de pensamento? Eles são tão perigosos que podem ser pecaminosos; quem não se lembra do tempo em que era criança e se ajoelhava para confessar aqueles grandes pecados de quando se tem 10 anos? Sempre surgia aquele inevitável "pequei por pensamentos", que nos acompanha pela vida inteira. Ah, a culpa pelos maus pensamentos; e que maus pensamentos são esses? Ter desejado a mulher - ou homem - do próximo? E desejar um homem que não tem dono, pode? E quem é que está assim tão solto na vida para que se possa desejar sem pecar? Ah, o tal do pecado.

Danuza Leão

terça-feira, 25 de setembro de 2012

É proibido...


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Alfredo Cuervo Barrero

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Por que as mulheres não conquistaram o direito de ficar sozinhas??


Sempre perturbadora a presença de uma mulher sozinha num bar – se for bonita, claro. Digamos que ela chegue, se dirija a uma mesa sem procurar com os olhos por ninguém, sente-se, cruze as pernas e peça uma bebida. Nunca um vinho do porto; sempre uma bebida forte, um dry martini ou um Jack Daniel’s.

Todos os homens do bar vão fantasiar a respeito. Alguns vão achar que marcou um encontro com alguém que não apareceu, o que baixa em alguns pontos o ibope dela; outros pensarão que está ali para arranjar um homem. Quem estiver sozinho não vai tirar os olhos dela, mas, além de se vestir de maneira correta, ela olha para as pessoas também da maneira correta. Não é por aí. Como é bonita, mesmo os homens acompanhados não poderão evitar um olhar mais insistente, o que vai provocar o ciúme de suas companheiras. um comentário do tipo: “Ela levou um bolo”, acompanhado de um sorriso de satisfação – sabe como é mulher com ciúme, com ou sem razão.
Não ocorre a ninguém que uma mulher possa gostar de estar só, num bar, contemplando o mundo. E que dali ela possa ir jantar e, depois, voltar para casa com o coração totalmente em paz. Apesar de todas as liberdades conquistadas, no fundo do coração conservador de cada um de nós, homens e mulheres, o certo é uma mulher estar com um homem, mesmo que ele seja visivelmente gay. Admite-se até que ela esteja com uma amiga, mas nunca sozinha.
Ninguém é capaz de imaginar o que passa no coração das pessoas; elas não pensam nem por um instante que, para essa mulher tão desenvolta, pode ser complicado se relacionar; que ela não teria maiores problemas de estar ali com amigos. E dificilmente compreenderiam quanto ela gosta de estar só, pois é justamente quando está só que ela não está só, pois se entende muito bem com ela mesma e com seus pensamentos.
Seria complicado para qualquer um entender que o difícil para ela é estar numa mesa com quatro ou cinco pessoas, todas alegres e divertidas, conversando; que nessas ocasiões fica paralisada, muda, e precisa de um enorme esforço para fingir que faz parte daquele grupo – ela, que frequentemente duvida fazer parte do mundo.
Seria difícil explicar que não existe momento em que se sinta mais só do que quando entra numa festa e se vê rodeada de pessoas, todas amáveis, simpáticas e inteligentes. É nessas ocasiões que ela olha o relógio pensando em quantos minutos ainda vai ter que ficar para não pegar mal, sonhando com sua cama, seu travesseiro e o final de um filme qualquer na televisão.
Nós, mulheres, conquistamos todos os direitos, menos o de podermos ficar sozinhas – por escolha. E isso é algo que ninguém entende, muito menos os homens.

Danuza Leão

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Passando a vida a limpo


Como já estamos em dezembro - meu Deus, como o tempo está passando rápido! -, chegou a hora de fazer o famoso balanço, aquele que se faz todo fim de ano. O meu já está feito; não o balanço do ano, mas o balanço da minha vida inteira. Foi assim: fui procurada por uma editora, a Companhia das Letras, que propôs que eu escrevesse minha história. Fiquei assustada, claro; nunca tinha passado pela minha cabeça escrever sobre a minha vida. Será que eu me lembraria de tudo, de coisas nas quais não pensava fazia tantos anos? Mas a memória é curiosa: está tudo lá, tudo o que realmente importou, e durante nove meses - o tempo de uma gestação - me debrucei sobre o passado. Surpreendentemente, consegui me lembrar de fatos da minha infância, adolescência, casamentos, separações, alegrias e tristezas. Não foi fácil. Voltar ao passado significa revivê-lo, e lembrar de momentos que passaram e nunca vão voltar é, muitas vezes, melancólico. Mas nem sempre: quando você pensa nos momentos difíceis que na hora pareciam o fim do mundo, vê que outros vieram, alguns até melhores.
Essa "viagem" - porque é uma viagem - mostra que a vida é mesmo imprevisível e que tudo pode acontecer a qualquer instante, desde que a gente esteja aberta e receptiva. A você, que vai fazer seu balanço, eu daria uma sugestão: mesmo que não costume escrever, compre um caderno e toda noite, antes de dormir, faça um pequeno resumo do seu dia. Escreva as coisas mais banais, conte que tomou um ônibus, quanto pagou pela passagem, que comprou um sapato, descreva a cor e o modelo, que pensou em ir ver um determinado filme, que brigou com o namorado; conte seu dia, enfim, e faça disso um hábito. Todas nós temos curiosidade de saber como foi a vida de nossas mães, de nossas avós. Se elas tivessem feito isso, que riqueza seria ler esses pequenos relatos do cotidiano, saber como era a vida quando elas eram jovens, o que queriam, com que sonhavam. Sabemos muito pouco sobre as pessoas mais próximas de nós e, se você fizer o que estou sugerindo, um dia seus netos e bisnetos vão encontrar esses cadernos, que serão para eles um verdadeiro tesouro. Como eu gostaria de saber como era a vida de minha avó; isso me ajudaria a compreender melhor por que sou o que sou.
É sempre hora para começar, e não existe dia melhor para isso do que o 1o de janeiro. No fim do ano, você vai ler o que escreveu e ver que se aborreceu com coisas bobas, que teve alegrias das quais tinha esquecido, que amores que pareciam eternos não foram tão eternos assim, que as coisas passam, que é fundamental ter esperança e que a vida vale a pena, sempre. Escreva, sim; será uma conversa sincera com você mesma, e quando, no final de 2006, ler o que escreveu, vai levar alguns sustos, mas faz parte. Prepare-se também para se emocionar e saiba: qualquer vida, mesmo a aparentemente mais banal, dá um romance.

Danuza Leão

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Traição é Crime

Houve um tempo em que traição era crime, e quem traía perdia o direito até aos filhos, e nesses tempos remotos a traição se chamava adultério. As coisas mudaram, mas eu acho que a traição continua sendo crime - e hediondo. Devo ter sido traída várias vezes - afinal, quem não foi? -, mas dei a sorte de nunca ter tido a certeza. Porém, sofri tanto só de desconfiar que não desejo isso nem para minha pior inimiga. Que mentira: para ela eu desejo, sim. Ainda mais se ela for aquela grande amiga que, eu supeitava, estava tendo um caso com meu marido.


Traição de homem a gente tira de letra, sempre se soube que a raça masculina não resiste a uma coxa durinha, bem queimadinha de sol. Eles são infantis e nunca vão mudar. Mas essas coisas a gente perdoa, pois é tão bom quando ele nos cobre de beijos e diz que é tudo imaginação, que somos loucas. Mesmo que seja tudo mentira, é tão delicioso escutar essas declarações de amor que a gente acredita. Mas existe uma traição difícil de engolir: é a traição pública, aquela que todo mundo fica sabendo. Aí é difícil perdoar, e, mais ainda, esquecer. É quando me vem à cabeça o affair Clinton. Os primeiros tempos devem ter sido horríveis, mas, como não dava mesmo para negar, eles decidiram ficar juntos. O.k. Tinha a política, Hillary queria ser eleita senadora e conseguiu. Imagino que nos primeiros dias eles tenham ficado a maior parte do tempo calados; falar de quê? Mas as coisas foram se acalmando e uma bela noite ele deve ter tentado uma transa.

Os homens sempre acham que uma boa transa apaga todos os erros cometidos (por eles). E é isso que me põe curiosa: será que, quando ela olhou nos olhos dele, bem de perto, não pensou, automaticamente, em Monica Lewinsky? E aí, será que deu para ir em frente? Houve um tempo em que os homens negavam tudo. Pela minha alma", eles diziam, ou "pela alma de minha mãe", pobre mãe. Depois veio a onda do modernismo, em que as mulheres até compreendiam uma traição, mas eles tinham que contar: era a época da sinceridade acima de tudo. Pois eu espero que o homem que me trair tenha a delicadeza de negar sempre. Não me interessa que ele seja sincero e verdadeiro; quero achar que ele nunca me traiu, e para isso ele pode (e deve) mentir descaradamente, dizer que estou pirada, que caia um raio em sua cabeça se estiver mentindo. Como nenhum raio vai cair mesmo, ele pode falar à vontade; eu vou acreditar em tudo e ficar bem feliz. Um dia eu li num jornal que um casal francês bem idoso estava sentado num banco do jardim de Luxembourg, em Paris, conversando, quando ela perguntou se ele tinha ou não tido um caso com uma tal fulana, 50 anos atrás. Afinal, tanto tempo já havia passado, ele podia dizer. O marido confessou, e a velhinha deu-lhe uma dentada na orelha tão violenta que ele foi parar no hospital. Trair, ainda vai, mas confessar, jamais.
Danuza Leão

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Muito interessante

Oi, vim aqui te dizer que você nunca vai ser igual a capa daquela revista. É sério, viu? Desculpa a sinceridade. É que acho que tudo, tudo mesmo tem limite. Inclusive a falta de noção. Quando essas revistas vão parar com o “10 dicas para enlouquecer seu gato na cama”, “barriga chapada em uma semana” e “perca 5 quilos em 15 dias”? Isso é um desserviço ao sexo feminino, de verdade.
Algumas poucas pessoas têm a sorte de ter um metabolismo excelente. Não se preocupam com o peso. Algumas outras poucas pessoas fazem de tudo, sem sucesso, para engordar. Isso acontece, sim. Mas não com a grande maioria das mulheres. A realidade é dura e meio chata: a maior parte das mulheres já fez ou vai fazer algum tipo de dieta maluca para emagrecer. Muitas já tomaram remédios, inclusive. Várias já acreditaram no depoimento da fulana de tal na revista tal, que contou que perdeu sei lá quantos quilos em poucos meses.
Todo mundo sabe que pra emagrecer é preciso fechar a boca. Em muitos casos, passar fome mesmo. Mudar hábitos, praticar exercícios, gastar mais calorias do que consome. É simples, quase fácil falar. O difícil mesmo é ter força de vontade, disciplina e resistir às tentações que aparecem a todo instante. Não, não é preciso acabar com a vida social. Você pode ir nas festinhas de criança, nos jantares, nas formaturas, nos almoços de domingo. Mas deve comer com moderação, afinal, a gente come para viver, certo? Comer é muito bom, é uma delícia e todo dia surgem diversas receitas saborosas e que dão água na boca. Mas se você quer emagrecer precisa ser firme. Não descontar as angústias no chocolate, não beber espumante naquele happy hour, não afogar as mágoas num prato de massa com molho branco. Revista nenhuma vai te ensinar, de forma saudável, a perder peso em pouco tempo. Revista nenhuma vai deixar a tua barriga chapada. Isso se consegue através de muita, mas muita malhação. Ou uma bela lipoaspiração.
E quer saber? O homem também tem que estar com o corpo em dia. Por que só falam isso para as mulheres? Por que as mulheres têm essa obrigação? Você tem que ser bonita, gostosa, boa de cama e conquistar seu marido todo dia. Eu também quero ser conquistada. Eu também quero um marido bonito e cheiroso. Mas, principalmente, quero um marido saudável e feliz. Ninguém tem obrigação nenhuma com a beleza, uma pessoa não pode ser julgada por ser ou não bela. Não sei onde foram parar os nossos valores, hoje em dia parece que alguém presta se é bonito. Você tem que ser feliz, isso sim. E se for feliz com uma cicatriz no rosto, com um pneu na barriga, com varizes, com celulite, com peito caído, parabéns. Ser bonito e rico e bem sucedido não é garantia de felicidade.
Não é responsabilidade da mulher enlouquecer o cara na cama. Sexo é feito a dois (teoricamente, tem uns que curtem a 3, 4…). Se é feito a dois, por favor, os dois têm responsabilidade com o prazer um do outro. E com o seu próprio prazer, claro. A mulher não tem que comprar gel, cinta-liga, meia-calça arrastão, bota de cano alto, fantasia erótica para agradar o parceiro. Não é ela que tem que “apimentar” a relação, salvar o relacionamento da mesmice. Isso é responsabilidade dos dois. O homem pode fazer um jantar, acender umas velas, comprar uma cueca nova, comprar uma lingerie para a mulher. O homem pode alugar um filminho, ser criativo, ter ideias. O sexo, bem como o casamento, é responsabilidade do casal. E não somente da mulher. Essas ideias estão ultrapassadas. E essas revistam continuam vendendo porque você compra. Então, vamos fazer alguma coisa para mudar isso. Agora.
 


terça-feira, 18 de setembro de 2012

To ficando idosa...

 
Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítica de mim mesmo. Eu me tornei minha própria amiga .. Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão ?avant garde? no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia? Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 &70, e se eu, ao mesmo tempo, desejo chorar por um amor perdido ... Eu vou.
Vou andar na praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.

Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que às vezes esqueço algumas coisas. Mas há mais algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.

Eu ganhei o direito de estar errado.
Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser idosa.
A idade me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Investindo no amor


Desapegue-se da agressividade e de todas as justificativas para praticá-la.
Sempre há uma alternativa mais inteligente do que se impor pelo ataque ou contra-ataque.
Controlar a nossa ira não significa somatizar em doenças depois.
Ao pensar melhor, colocar-se no lugar do outro e conversarmos com o nosso interior, podemos ser os gestores das nossas emoções, respirar mais, compreender de verdade cada gesto, cada provocação, e realmente evoluir em nossas reações.
Ao errar, devemos procurar assumir, tratar os nossos erros e encerrá-los em seu dia.
No dia seguinte, realimentar o erro com justificativas é revivê-lo, é errar de novo.
Liberte-se dessa violência consigo mesmo.
"Quem pouco se perdoa, pouco ama."
Perdoar-se não é ser complacente consigo mesmo, veja bem, só se perdoa de verdade quem compreende a fundo o seu erro e o assume para si com sinceridade.

Para que fazer uma "poupança" de rancores e de raiva ?

Façamos nossos "investimentos" no amor e teremos como lucro: tranquilidade, harmonia, qualidade de emoções e de vida, saúde física e mental, inteligência, paz, mais amor, o amor interno!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Se eu fosse outra

Que as mulheres adoram inventar moda todo mundo sabe. O que nem todos percebem é a nossa imensa capacidade de nos reinventarmos.
Afinal, o que é isso? Em primeiro lugar, parar de dizer: “Eu sou assim e pronto”.
Pois as mulheres não param jamais de se aprontar. Mas, para arriscar tantas transformações, precisamos de inspiração. O que, claro, não nos falta.
Um filme nos faz querer ser igual à atriz – sexy, passionária, criadora; um livro nos leva a pensar que o amor é a coisa mais importante do mundo; outro, exatamente o oposto: que o ser humano deve almejar a liberdade, correr o mundo atrás de emocionantes aventuras, para isso nascemos. Seja qual for o caminho seguido, um dia você vai acordar pensando em como seria sua vida se tivesse feito tudo ao contrário.
Para mim, numa tarde chuvosa, é tentador imaginar se eu teria sido mais feliz se tivesse feito uma faculdade, casado com um milionário ou aberto um restaurante japonês. Só que nunca vou ter a resposta, e é nessa hora que vem a vontade de me reinventar.
 Quando isso acontecer com você, antes de colocar seu apartamento à venda, faça uma boa arrumação na casa. Fora com todos aqueles potinhos de creme jamais abertos, os hidratantes comprados na penúltima reinvenção, os nécessaires ganhos das companhias de aviação – escova, pasta, máscara e uma calçadeira que jamais será usada. Depois, à cozinha. Adeus às panelas enormes do tempo de outra reinvenção, quando achou que ia dar muitos jantares e até andou tomando aulas de culinária.
Os montes de pratos, o faqueiro para 24 pessoas, os copos para uísque, as taças de vinho, as flûtes de champanhe e os modelos especiais, comprados em Nova York, para dry martini (só dois), todos serão embalados para dar aos filhos – se eles quiserem, o que, aliás, não é garantido. E aí finalmente passamos ao mais difícil: as roupas e os acessórios.
Cada um é símbolo de uma fase: dos mocassins de couro natural às sandálias de strass salto 10; de um chanel básico a um vestido bordado decotadíssimo, cada peça corresponde a uma de suas personas. Acabo ficando com tudo (e o armário crescendo). Mas qual mulher de juízo se desfaz das peças que foram testemunhas de seus momentos marcantes? E se a moda voltar? Não, dos vestidos não me desfaço por nada. Então, no lugar de ficar eternamente tentando se encontrar, seja feliz sabendo que dentro de você existem todas as mulheres do mundo.
Não é melhor do que ser uma só? Na vida, sempre surgem oportunidades de mudança, e aí temos de fazer algumas escolhas. Como se diz no Sul, quando o cavalo passar na sua porta, é preciso montá-lo para nunca pensar que teve a chance mas não viu porque estava distraída. Ficamos como estamos ou tentamos mais uma vez virar tudo pelo avesso? Esse é o problema, mas quem nasce com um coração aventureiro pode trocar de casa, de marido, de cidade, de país sem nunca encontrar a tal da paz. E vai passar a vida inventando e se reinventando, o que também é uma maneira de viver bem interessante.

Danuza Leão

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Minimamente Feliz

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr de sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, uma pessoa que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir... São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem, alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias. 'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática.

'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo. Alguns crescem esperando a felicidade com letras maiúsculas e na primeira pessoa do plural, mas caros amigos, da pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'. Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos.

E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'. Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.

Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam! Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.
Leila Ferreira

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Culpa e vaidade

Mulher, por mais que tenha conquistado sua independência, seja dona de seu dinheiro e de seu nariz, está sempre com a cabeça em alguma coisa que a deixe bem culpada. A primeira, e mais elementar: os filhos. Não adianta eles estarem na mais maravilhosa creche, com a mais fantástica babá, nos braços da avó mais carinhosa, cuidados pelo amor do pai ou até casados, com filhos e a vida organizada. Mãe está sempre ligada; ligada e culpada.Existem as que não têm filhos e que, mesmo concentradas no trabalho, se lembram de que a geladeira está vazia, que há duas semanas não telefonam para a mãe, que é preciso mandar fazer a bainha daquela saia e ir ao dermatologista - e a culpa continua. Na cabeça de um homem, essas coisas não passam - não quando eles estão trabalhando ou vendo um jogo de futebol pela TV. Eles conseguem se desligar e pensar só no que estão fazendo. As mulheres são diferentes.Na vida profissional, por exemplo: os homens chegam tarde do escritório, trabalham no fim de semana, viajam pelo tempo que for preciso bem tranqüilos, porque sabem que a retaguarda em casa está coberta. Mesmo que às vezes fiquem um pouco impacientes, elas esperam; esperam e aproveitam para fazer um monte de coisas que, com um homem do lado, vão sempre ficando para depois. Emagrecer, por exemplo - não dá para fazer dieta com um homem por perto, ou relaxar o corpo e o espírito quando eles estão por ali, ocupando nossos corações e nossas mentes. Agora, dê o nome de dez grandes mulheres que tenham um marido que faça isso por elas. Não lembra? Tudo bem, então cinco. Também não lembrou? Não faz mal, a gente já sabia.Mas tem uma hora em que a mulher consegue, sim, se esquecer de tudo: é quando vai se preparar para um encontro daqueles. Começando pelo banho, que leva horas. Depois, ainda enrolada na toalha, ela se permite ficar uns 20 minutos relaxando - e ai da emprega da que se atrever, nessa hora, a pedir dinheiro para comprar produtos de limpeza. Daí em diante, é uma lua-de-mel com ela mesma. Você já reparou alguma vez em uma mulher calçando meias, sem pressa? Ela acaricia as próprias pernas, certa de que são iguais às de Cyd Charisse*. Depois vêm os sapatos - de saltos altos, claro -, e aquela leve olhada no espelho para sentir o conjunto. Fica satisfeita e começa a botar a base, pintar os olhos, sem pensar em nada mais na vida, a não ser em ficar o mais linda possível. Aliás, toda mulher deve se pintar de meias e sapato alto: faz bem à moral.Tudo é feito com o maior cuidado, e depois do toque final - o rímel -, é hora de separar as pestanas com um alfinete de ponta bem fina, para desgrudar uma da outra. Ah, é perigoso, pois pode machucar o olho? Claro que não: Deus sempre protege uma mulher que está se preparando para aquele encontro. Aí é a hora de cuidar dos cabelos, e a força e determinação com que ela maneja a escova são de dar medo a qual quer campeão de artes marciais. Depois, é se vestir - o vestido está escolhido há semanas -, se olhar várias vezes no espelho, arrumar a bolsa e escolher os brincos. Tente disfarçadamente observar uma mulher quando ela estiver diante do espelho dando o toque final, isto é, botando os brincos. É uma bobagem? É, mas é verdade: ela se examina uma última vez, e nessa hora se sente absolutamente segura, pronta para o que der e vier. Usando as palavras certas: pronta para o combate, e capaz de tudo pela vitória.

Danuza Leão

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Para que serve uma relação?



 Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação?
"Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil".
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça.
Todos fadados à frustração.Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Dr. Drauzio Varela

sábado, 8 de setembro de 2012

A vida antigamente era mesmo melhor??

Será, como querem os saudosistas, que a vida era mesmo melhor antigamente? E esse antigamente tem quanto tempo? Dez anos? Trinta? Cinquenta? Tudo bem: não havia assaltos nem flanelinhas nem sequestros e se podia sair à noite sem preocupação. Copacabana era um bairro familiar onde as crianças brincavam alegres e felizes; em Ipanema, havia pitangueiras; e na Lagoa, garças. Mas era só isso? Será? Sem precisar voltar demais no tempo, a vida já foi melhor, sim, mesmo para quem não tem como profissão olhar para trás. Não se falava em colesterol, por exemplo; todo sábado tinha feijoada, o tira-gosto era torresmo; e as pessoas mergulhavam de cabeça no caldeirão do feijão, sem uma só inquietação quanto a gorduras, calorias e culpas – palavra, aliás, que não existia. Ah, a gente era feliz e não sabia.
Hoje, os corajosos se servem pedindo desculpas e a maioria só prova a couve e a laranja. No lugar de divinizar o paio, o rabo de porco e o toicinho, falamos de dieta, dos perigos do infarto e que, a partir de segunda-feira, vamos começar vida nova e comer só saladas. E isso é assunto para uma tarde de sábado?
Claro, todos gostaríamos de ser jovens, ter a vida pela frente e celulite zero. Pensando bem, tivemos uma juventude maravilhosa, pós-pílula e pré-aids. Só que quisemos ser independentes muito cedo, e ninguém nos contou que a independência é boa, mas tem seu preço. Seja sincera: você não tem vontade, às vezes, de ser totalmente dependente, mesmo que isso implique absoluta falta de liberdade para pensar ou agir? Entregar todas as decisões de sua vida a uma pessoa que vai escolher desde a cor do sofá até para onde vocês vão nas férias, ah, que delícia.
Vamos pensar, aliás, recordar coisas muito simples. Havia uma festa – aliás, havia muitas festas; você conhecia uma pessoa interessante, trocavam telefones, marcavam alguma coisa. Chegava o dia do encontro e a coisa se passava mais ou menos assim: em primeiro lugar, o dia inteiro na praia, para pegar uma cor. Às 20h30 era tirar o gelo, escolher os discos certos para criar um clima e pegar um uísque e um cigarro para esperar. Ele atrasava apenas os 30 minutos regulamentares – afinal, chegar na hora combinada era considerado careta. Conversavam, bebiam um pouquinho para se conhecerem melhor e saber quem preferiam, se Chico ou Caetano. Então, escolhiam um restaurante simpático, depois iam dançar e, mais tarde, só Deus sabe. A vida era fácil, ah, se era.
Hoje é proibido tomar sol, beber nem pensar; só refrigerante, de preferência diet – e, se um dos dois puxar um cigarro e o outro não fumar, já ficam evidentes as diferenças ideológicas entre as partes. Com tudo caríssimo, só dá mesmo para pizza; dançar depois, esqueça. Com um início tão promissor, e os perigos que todo mundo sabe, introduzir na conversa o tema camisinha, sinceramente: menos estimulante, impossível.
Temos muita, muita inveja dos jovens – a vida inteira pela frente, celulite zero etc. Mas, se soubessem como foi a nossa vida, eles também teriam, certamente, muita inveja de nós. Isso se eles soubessem.

Danuza Leão

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quarentena do amor

Quando um casal se separa, nenhum dos dois fica muito bem, claro; mas um sempre fica pior do que o outro. O que tomou as rédeas da separação sabe, mesmo sofrendo, que do jeito que estava não era mais possível; sabe também que depois de algum tempo a vida vai ficar melhor. A única coisa que atrapalha é saber que o outro está sofrendo. Acontece com certa frequência que a separação tenha ocorrido porque apareceu outra pessoa, e nesse caso é preciso tomar todos os cuidados para não ferir quem foi deixado – não mais do que o necessário. Mesmo sendo o sofrimento inevitável, não custa nada poupar quem, durante um tempo, fez parte da nossa vida. Digamos que o personagem dessa história banal seja você, que se casou, um dia se apaixonou por outro, se separou e está pronta para ser feliz de novo. Ótimo. Mas, para manter certa elegância, é providencial guardar uma quarentena em relação a tudo o que diz respeito à nova vida sentimental que começa.
Passando da teoria à prática, vá na noite da primeira sexta-feira da nova solteirice para a casa do novo amado. Vocês dois, tão felizes, peguem papel e lápis para fazer duas listas. Da primeira farão parte os lugares aonde poderão ir nos próximos tempos; da segunda, aqueles onde não podem – não devem – aparecer sob hipótese alguma. Detalhe: quarentena de amor dura 90 dias.
O novo casal deve fazer um pacto: já que houve troca de parceiro, devem continuar na linha da troca. Ok, eles adoram um restaurante japonês, mas existem o da moda e os outros. Ah, os outros não são tão bons? Se o atum não é tão bem cortado, qual o problema? Para quem está tão feliz, qual a importância de, por uns tempos, comer um pouquinho menos bem? Por outro lado, nada mais simples do que pedir um sushi, o melhor da cidade, em casa. Aliás, um sushi, uma feijoada, um acarajé, tudo hoje pode ser pedido por telefone, e melhor do que qualquer caviar é se espichar no sofá comendo pipoca feita no micro-ondas quando o amor é novo. E se todos os filhos – os meus, os seus, os nossos – estiverem na mesma escola, manda a sensatez que os filhos do que quis a separação troquem de colégio. Apenas uma tentativa para preservar as relações familiares.
Se quiserem dar aquela corrida básica, não há a menor necessidade de ir correr em Ipanema ou na Lagoa domingo de manhã, e encontrar todos os amigos – ou ex-amigos (muitos terão de ser trocados também). Para quem quer mesmo se exercitar existem a Barra, a Floresta da Tijuca, as praias de Niterói, e se os novos namorados acham que é pouco, o Ibirapuera está ali mesmo, a 50 minutos de voo, em São Paulo. Se a vida fosse como deveria ser, essa mulher que encontrou um homem que, tudo indica, vai fazê-la feliz deveria pensar às vezes no que deixou para trás. No que está só, talvez se sentindo humilhado e sem nenhuma esperança – ainda – de voltar a se apaixonar. Não, não é preciso pensar nele com muita frequência. Basta, por uns tempos, evitar a exibição de sua nova felicidade – o que, aliás, não custa. Apenas uma questão de delicadeza.

Danuza Leão

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tudo tem um porquê.


A escola da vida é muito mais complicada e com lições bem mais difíceis. Quando a gente tem Fé, por mais que não compreendamos direito os momentos tristes que passamos, sabemos que há um motivo maior que não nos cabe julgar, apenas atravess...
ar da melhor forma que conseguirmos.

Este grupo mostra todos os dias que todos temos dificuldades, mas que apesar delas, buscamos o Amor como resposta.

O mais encantador é que o Amor nunca será pronto, nunca será uma receita com medidas ou comportamentos exatos. O Amor é tão resiliente como a água, ou seja, ele se acomoda, ele é múltiplo, ele se adapta, ele cabe em cada um de nós, independente as nossas individualidades.
Dentro de nós, ele nos transforma.

Tudo tem um porquê.
Cada um tem o seu tempo para entender.

Questionemos bravamente nossas raivas, como se estivéssemos numa mesa redonda. Investiguemos criteriosamente nossas máscaras, choquemos a nossa agressividade assumida ou disfarçada. Vamos nos permitir uma auto análise de cara limpa, nos entender, nos perdoar, nos transformar para melhor !

Não é fácil.
O exercício do perdão para conosco e para com os outros, talvez precise de uma vida inteira. Mas vamos persistir ! Tudo tem um porquê.

Só quem persiste no Amor, persiste no perdão como exercício diário da vida, para de questionar a Deus e ao Próprio Destino e começa a questionar a si mesmo !

As respostas estão em nós.
O Amor está em nós !

Vamos redescobrir, persistir, exercitar e espalhar !

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Agenda da Felicidade

O Sorriso
É o cartão de visita das pessoas saudáveis.
Distribua-o gentilmente.

O Diálogo
É a ponte que liga as duas margens, do eu ao tu.
Transmite-o bastante.

O Amor
É a melhor música na partitura da vida.
Sem ele, você será um(a) eterno(a) desafinado(a).

A Bondade
É a flor mais atraente do jardim de um coração bem cultivado.
Plante estas flores.

A Alegria
É o perfume gratificante, fruto do dever cumprido.
Esbanje-o, o mundo precisa dele.

A Paz na Consciência
É o melhor travesseiro para o sono da tranqüilidade.
Viva em paz consigo mesmo.

A Fé
É a bússola certa para os navios errantes, incertos, buscando as praias da eternidade.
Utilize-a sempre.

A  Esperança
É o vento bom enpurrando as velas do nosso barco.
Chame-o para dentro do seu cotidiano.